Se você vê-lo, diga oi
De que matéria é feita a ausência? Que tipo de gás rarefeito ocupa os espaços vazios que se criam entre os corpos distantes? Como numa das salas de estar de Auschwitz, a respiração se faz mais pesada, a vontade mais densa, o desejo mais incontido. De que matéria é feita a saudade? Os minutos são eternos. As obrigações, martírio constante a sufocar o cotidiano do dia-após-dia. E nem é possível saber o que se quer, quando o cansaço se impõe – onipresente e onipotente – sobre nós, que não nos vemos. Ausência é feita de capa preta a cobrir os rostos; é sutil algoz: mata aos poucos a veleidade do amor ainda jovem.
Percebes que sinto tua falta?
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