segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Constatação:

Sou de chegadas, não de partidas.

Mas eu sou tradicional.


Sou convencional, apesar de não ser normal. Se eu me corto, eu sangro. Se bato o dedo no pé da mesa, dói. Sou uma pessoa comum. Acredito no até que a morte nos separe e também no eterno enquanto dure. Acredito que, se eu sou capaz de ser fiel, alguém mais pode ser. Acredito que eu não sou uma laranja, mas preciso da minha outra metade pra me sentir inteira. Valorizo as pequenas atitudes, assim como condeno pequenas mancadas. Sou rancorosa, guardo por anos uma coisa que me magoou de verdade. Sei perdoar. Passo por cima dos erros pra ficar junto das pessoas que eu gosto. Tenho meus limites. O primeiro deles é meu amor-próprio. Perdôo uma vez, porque errar é humano. Perdôo duas porque o ser humano é estúpido às vezes. Mas não posso viver perdoando, porque isso seria incompetência minha.                  

                                                                                                                                                                                    Brena Braz.

Coisa de pele.


A pele é o lado de fora do sentimento.
                                                        Ana Jácomo.

Razões.


Não sou boa com números. Com frases-feitas. E com morais de história. Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Almejo o quase impossível. Meu coração é livre, mesmo amando tanto. Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme. Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim. Não sou fácil. Não coleciono inimigos. Quase nunca estou pra ninguém. Mudo de humor conforme a lua. Me irrito fácil. Me desinteresso à toa. Tenho o desassossego dentro da bolsa. E um par de asas que nunca deixo. Às vezes, quando é tarde da noite, eu viajo. E - sem saber - busco respostas que não encontro aqui. Ontem, eu perdi um sonho. E acordei chorando, logo eu que adoro sorrir... Mas não tem nada, não. Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera. E chega mais perto de ser quem - na verdade - a gente é.

(Fernanda Mello.)

Entrelinhas


Há quem diga que os versos mais lindos e dignos, foram concebidos na embriaguez da carência dos seus autores, que ela, bem como suas variações (amores mal resolvidos, renúncias vazias e desejos febris), deram causa à poesia dos Machados e Drummonds.
Me pergunto, será que essa necessidade de chocolate - tão distante da época cíclica costumeira - essa vontade de comprar sapatos, estas noites de insônia e esses textos melosos, é a carência me fazendo visita?
Não a conheço muito bem, por isso, não sei se é a dita cuja... Só sei que tem um sentimento me acompanhando e ele é muito próximo da inquietação e me deixa na boca um gosto de vazio e no coração variados tipos de urgências!

Eu não quero mais chorar.



...eu não vou mais chorar. Engulo o choro, fico com cara de quem quer extravassar as emoções o dia todo. Mas não choro.
Abraço o travesseiro , escrevo mensagem, apago a mensagem, escrevo e apago novamente,sem saber o que fazer, aperto o travesseiro, tento ser forte pra mim mesma, penso positivo, penso negativo, penso que não quero te perder, que não quero me perder.É engraçado como a vida de um modo ou de outro nos faz crescer forçadamente, e a tomar decisões que não gostariamos de tomar. Sabe quando você quer fazer tudo diferente, mas acaba fazendo tudo igual? Quando você não sabe realmente mais o que fazer e ainda assim pensa no que poderia fazer? Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias.Mas confusa, perdida, sozinha, minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti.Torna-se desesperada, urgente. Eu já não sei o que faço.

_ Olha, toma de volta;


_ Mas... Por que?


_ Tá com defeito --'

_ Defeito?

_ É, depois que você me devolveu ele fica doendo toda hora :~

Preciso um tanto indefinido de ti.
Fica aqui, até que eu descubra o quanto teu que me basta.

E então transborda. De forte. É um amor assim tão delicado, que dá medo de tocar. Tão doce, de lamber os dedos. Tão puro, que ainda nem sabe a força que tem.

"Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

                                                                                                                                                                                        Clarice Lispector

"Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade"

Friedrich Nietzsche

”Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, uma alegria que caiba dentro da bolsa... Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim.”

“Sou construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre mim, mas me capturar... só com minha permissão.”

(Martha Medeiros)

Então você a quer de volta?




Pois chore, se machuque e se rasgue. NÃO terá



Não é apenas só que estou me sentindo, é muito pior:
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Estou me sentindo sem você...



((J. G. de Araújo Jorge))

”Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente. Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo.”

(Maria de Queiroz)


O bonito me encanta, mas o sincero, ah! Esse me fascina! 
(Clarice Lispector)

"Não, não quero mais gostar de ninguém, porque dói. Não suporto mais nenhuma morte de ninguém que me é caro. Meu mundo é feito de pessoas que são as minhas - e eu não posso perdê-las sem me perder."
- Ana Jácomo

"Queria ter o poder de voltar no tempo... Não para corrigir os erros, mas sim para errar tudo novamente."
                                                               

Pois é


"Um amor acaba quando as partes preferem ter razão do que ter um ao outro..."

                                                                            Henrique Szklo