domingo, 24 de outubro de 2010


                                                Não dês valor maior ao meu silêncio;
                                               E se leres recados numa folha branca,
                                               Não creias também: é preciso encostar
                                                 Teus lábios nos meus para ouvir.


"Há uma porção de coisas minhas que você não sabe e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei."
                                                                     (Caio Fernando Abreu)


Olhou ele ir embora, com um aperto significativo no coração. Balançou as asinhas três vezes, todas em vão, não saiu do lugar. Imaginou-se sentindo o vento da estrada dançando em seu rosto, esvoaçando seus cabelos, gelando sua pele. Deu dois passos desolados, olhou pelo vidro e ele tinha realmente ido embora, deixando a saudade em seu lugar. Bateu novamente as asinhas translúcidas, em vão mais uma vez. Não sabe voar.

Preciso MUITO!


Eu preciso de um escape. Preciso de água doce correndo, muita vegetação e renovação de energia! Preciso de penhascos e desfiladeiros para ecoar o sufoco preso na garganta, esperando só a chance de ser gritado e abolido pelo vento. Preciso de altura, de ar puro, de caminhar, caminhar, caminhar. Preciso tocar em pedras, pisar na terra, respirar liberdade. Livre, livre, livre. Esquecer minhas correntes, minhas raízes, meus limites. Esquecer a hora, esquecer o dia, esquecer até meu nome. Levantar quando eu quiser, dormir só quando eu precisar e me manter acordada por prazer e não por obrigação! Beber do vinho da vida e comer o pão dos deuses, não o que o diabo amassou! Lembrar só que de dia é Sol e de noite é Lua, o resto é apenas resto e a pressa é nenhuma.

"Eu sei que você sabe, que eu sei que você sabe, que é difícil de dizer"



                               "Para desentristecer, leãozinho,
                                  O meu coração tão só
                        Basta eu encontrar você no caminho"





“Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais. Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.”

- Lya Luft.

Musica nova do TM•




Falo coisas que as vezes não faço
 Sou boneca, sou palhaço, ponto de interrogação


Quero mais careta no retrato
Quero mais folia no meu quarto