Porteiro: Ei, você não pode ultrapassar.
Ele: Mas, como assim? Eu já estive aqui, o coração me deixou entrar…
Porteiro: O coração foi demitido por esse motivo, ele permitia a entrada de todos, e ela não suportou quando todos deram uma desculpa esfarrapada e se foram. Ela ficou sozinha, mudaram toda a rotina dela, e depois ela se viu só, sem amigos, sem um companheiro para ajudá-la. Ela chorou muito, chorava de madrugada baixinho para ninguém escutar. Você foi um dos principais causadores, ela chorou muito mais por você do que por qualquer outra pessoa.
Ele: Mas, veja, eu voltei! Quero ficar ao lado dela, quero protegê-la, ela realmente faz falta para mim.
Porteiro: Está vendo esse muro? Ele já estava aqui, mas ela mandou aumentar, para ter certeza que ninguém ultrapassaria, que todos respeitariam. Ela não é mais a mesma. Ela já não sorri — não verdadeiramente — ela se sente desprotegida, e por mais que procure ajuda em músicas, só se machuca mais.
Ele: Mas estou aqui agora, eu posso fazê-la feliz, eu quero estar do lado dela, eu fui idiota, eu sei. Abandonei-a quando ela mais precisou, mas o amor de verdade não volta sempre?
Porteiro: Ele volta. Mas só volta quando realmente vale à pena. Ela pesou muito na balança, os momentos bons, e ruins. Ela chegou a essa conclusão sozinha.
Ele: Qual é seu nome? Por que se acha tão certo assim?
Porteiro: Meu nome é razão. E ao contrário do coração, eu sirvo exclusivamente para selecionar as pessoas que a cercam a partir de agora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário