quando de repente se percebe que o melhor de você anda se escondendo por aí, sem paradeiro, sem placa indicativa, sem via alternativa de achar. É ver sonhos escorregarem pelas mãos, sem que saiam belos textos escritos a punho, recheados de palavras túrgidas para sanar qualquer indignação consigo mesmo, e o que não se consegue tranformar em poesia, dói em dobro. É mirar o chão batido e enxergar pedras pontiagudas, prontas para furar-lhe profundamente o pé e toda a sua esperança de caminhar escorrer sangue abaixo. É imaginar que o lado foragido de si, ao invés de se esconder, vaga desorientado por aí, sem o endereço de casa.
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