Eu conheço seu tipo. Desligado. Convencido. Que se basta. Adepto à loucuras. Individualista. Yin. "Pô, então eu não valho nada?!" você pode pensar, mas não é isso. Você vale o sorriso que tem e o jeito atrevido de conversar. Vale o jeito tímido de se aproximar quando não estamos bem e cada música desconhecida que sabe a letra de cor. Vale os olhos que, às vezes, me vêem por fora, mas nem enxerga direitinho o que há dentro. O problema é não perceber nunca que nas minhas brincadeiras te digo verdades e que a cada dia sinto sua falta. O problema é você ser completa e totalmente o meu oposto e mesmo assim eu insistir pra que as coisas se ajeitem; é querer que o lado negativo e o positivo se atraiam logo. Meu problema é querer você mesmo com esse tanto de defeitinhos que muito me incomodam. Meu erro é querer que você tenha um coração.
Mas, sabe de uma coisa? paro por aqui. Essa correnteza lenta não vai me levar a nenhum lugar. Prefiro agora caminhar a pé. Essa sua água morna, jeito morno quase frio de ser não me satisfaz. Gosto de presença, gosto de surpresas, detalhes mínimos, e você não consegue sequer me atender quando a minha saudade bate à sua porta; não consegue ir ao meu encontro quando sua presença é meu passaporte pra calma; não consegue se preocupar e entender minhas oscilações de humor. "Ah, cada um que se vire, eu não sou um mago pra adivinhar o que você quer", aposto que pensaria isso. Entretanto, pode até não ser um mago, mas tem uma chave aí dentro chamada Coração que abre meu cadeado chamado Alma! E é assim que a gente se entenderia. Você tem todas as ferramentas pra me desvendar, da mesma forma que desvendo você. Só que parece não querer. Tô um pouquinho cansada de gostar sozinha, de querer sozinha, sentir sozinha. Tô muito cansada de ser sozinha num caso a dois. Isso não é certo. É porque sou entrega pura e você é repulsão. Sou sentimento inteira e você razão. Sou terra, você fogo; sou unidade, você multiplicidade. Não te culpo por nada disso. Da mesma forma que não culpo a mim. Me perdôo ao te perdoar, me sinto melhor ao te ver bem. Então que fique assim.
Vou entrar na sua brincadeira de esconde-esconde e deixar o barco correr. Talvez você perceba um dia que não é preciso muito pra me deixar feliz. Talvez um dia perceba que muitas, a gandaia, e outras não te fazem companhia nos piores momentos. Talvez um dia a correnteza resolva correr. Só espero que eu não tenha chegado ao meu destino caminhando em passos lentos pela beira do rio. Você é um menino louco que me diverte muito, e é uma pena que eu tenha que parar por aqui. Mas visitas em excesso à parques de diversão me dão enjôo. E o remédio que cura isso tudo é paixão. Quem dera você pudesse ser veneno e antídoto. O Yin do meu Yang.
Isa G.